RESUMO: Considerando-se um cenário de aumento da demanda por ações de reabilitação em edifícios, muitas das quais motivadas pela procura da eficiência energética como modo de se atingir o desenvolvimento sustentável, torna-se ainda necessário agregar múltiplos critérios para se chegar a melhores decisões de projeto. A Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), lançada em programa governamental, poderá servir como incentivo para se buscar a utilização racional de energia nas edificações. Porém, cabe uma reflexão sobre os motivos que originaram toda essa cruzada, além da própria crise energética. Arquitetura inadaptada? Repetição de padrões exteriores à nossa realidade? O objetivo deste artigo é realizar uma análise perceptiva do desempenho bioclimático num conjunto arquitetônico exemplar do período modernista a Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. Para melhor compreensão do objeto de estudo, fazemos uma breve retrospectiva da formação da arquitetura moderna no Brasil, do contexto de Brasília e da universidade, além da caracterização ambiental, antes de partir para o estudo dos edifícios. Destacaremos os atributos ditos modernos e verificaremos sua racionalidade, na medida em que cumprem ou não suas funções. Com o resultado da análise pretende-se estabelecer diretrizes sobre aspectos mais relevantes para conservar e recuperar. A descoberta de parâmetros positivos poderá servir de exemplo para modelos atuais, assim como os negativos deverão servir de lição para não se repetirem. Pretende-se estimular a procura de padrões de sustentabilidade, quer pela redução de soluções consumidoras de energia, quer pelo incentivo à manutenção do patrimônio cultural arquitetônico.
Open PDF